Como aplicar a uma vaga de UX/UI Designer

Seja avaliado justamente, enviando os sinais corretos

Deeploy.Me
6 min readApr 13, 2020
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Introdução

Em nossa carreira profissional, sempre pensamos como uma escada. Não como uma reta, certo? A cada nova oportunidade, buscamos nossa evolução, subir mais degraus. Algumas pessoas constróem carreiras rápido, outras devagar, mas o mindset de estar constantemente em crescimento permanece como um motivador.

Quando estamos em busca de próximas oportunidades, devemos pensar, primeiro, em conseguir mostrar onde estamos no momento e como chegamos até aqui. Mesmo que você esteja no início da carreira (sua evolução até agora foi escolher um segmento e se qualificar a ele), é esperado que você seja capaz de contar a sua história, alinhando-a ao objetivo de contratação. Nem sempre isso acontece e é nesse ponto que vamos tocar.

A barreira comportamental

Infelizmente, há uma barreira muito grande para atingir o objetivo de ser contratado. Em nossa experiência como recrutadores e avaliadores, pode ter certeza que já vimos muita coisa: profissionais bons se venderem mal, profissionais ruins se venderem bem (entre outros). Trazendo para o nosso universo de Product Design, há aspectos que não são tolerados em processos seletivos, a maioria derivado do fator comportamental. Aceite ou não, esse é o fator mais determinante. Imagine: que tipo de você pessoa gostaria de trabalhar lado a lado? Quais características comportamentais ela poderia ter? Agora, você gostaria de trabalhar com você mesmo?

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Impacto direto

Estamos condicionados a encontrar discrepâncias na apresentação profissional, o que dificulta muito o processo seletivo. Fazendo uso dos dois extremos, vemos profissionais recém-formados apresentando cases maravilhosos e profissionais muito experientes apresentando cases rasos demais. Em todos os casos, o portfolio e o currículo são o ponto de partida, mas é a diferença comportamental que define quem capricha nessa apresentação e, logo, quem está realmente interessado na vaga. Lembre-se de que o recrutador tem o benefício da dúvida — ele tem o direito de questionar tudo o que você diz, e vai formar uma conclusão sobre você com base nos sinais que você envia. A verdade: a entrevista começa ao primeiro contato.

Há uma máxima para essa questão: “O trabalho do desempregado é procurar emprego.” Não fazer isso direito gerará resultados negativos. Erros como aplicar a uma vaga cujo perfil desejado não é o seu, não se mostrar disponível a algo que deveria ser de seu maior interesse, não comparecer a uma entrevista e não ter portfolio alinhado com seu nível atual são sinais de que é necessário repensar a forma de buscar uma oportunidade.

Níveis de maturidade = comportamento

Sabemos que é um desafio para todos conseguir se auto-avaliar para definir seu nível de maturidade. Em nossas validações, concluímos que a maioria dos profissionais define sua maturidade pela forma como outros profissionais o vêem. Logo, de novo, o comportamento é o principal indicador nessa definição. Estamos falando de Soft Skills: colaboratividade, empatia, inteligência emocional, habilidades de oratória, liderança, auto gestão, entre outras. Essas são as competências que determinam sua maturidade, acima das competências práticas.

Profissionais consolidados do nosso setor, como Rodrigo Lemes e Daniel Furtado, concluem que o básico é saber executar tarefas, ou seja, as Hard Skills. Logo, se você é um UX/UI Designer, a “estaca zero” é entender das ferramentas e metodologias pra conseguir ter um entregável — entende-se que um profissional júnior já deve ter esse conhecimento. Há muitas definições para os 3 níveis de maturidade, mas para sermos objetivos, veja abaixo o que cada nível representa no dia-a-dia de trabalho:

JÚNIOR: Sabe por a mão-na-massa, porém, por sua inexperiência, precisa de ajuda para completar tarefas.

PLENO: É capaz de executar eficientemente todos os papéis e tarefas, mas precisa de liderança e orientação para se manter no caminho.

SÊNIOR: Resolve problemas complexos sem ajuda e consegue guiar outras pessoas menos experientes.

Com ajuda dessas definições, conclua seu momento e direcione a proposta pessoal para esse objetivo. Errar nessa definição pode trazer consequências não apenas para você, mas também para as pessoas que trabalharão com você.

Na prática: 3 passos para aplicar a uma vaga

Para aumentar suas chances de ser considerado como forte candidato a vagas, listamos esses 3 pontos primordiais:

1. Defina sua área de interesse, sendo o mais específico possível

Com base em sua experiência, resuma de forma direta no que quer atuar. Jamais use jargões como “pretendo agregar à empresa com meus conhecimentos”, ou ser raso demais dizendo “busco atuar na área de UX/UI”. Alegações como essas não dizem nada. Em troca, descreva brevemente o caminho percorrido para chegar nessa especialidade, destaque suas experiências e de que forma você pode trazer benefícios à empresa.

Se você está em transição de carreira, seja o (a) melhor no que você quer ser. Mesmo que tenha pouca experiência em design e muita experiência de vida, seja capaz de criar um vínculo sólido entre essa experiência e a necessidade da vaga, de forma a evidenciar que sua presença pode agregar significativamente ao projeto e à equipe.

2. Prepare sua apresentação pessoal e alinhe-a à vaga

Repetidas vezes recebemos currículos e portfolios que nada tem a ver com a vaga em questão. Candidatos aplicam a diversas vagas ao mesmo tempo, sem sequer ter o trabalho de ler os descritivos. Não aplique a vagas que não tenham o seu perfil, e isso inclui outras vertentes do Design como Gráfico, Motion e Direção de Arte — são bagagens, práticas, metodologias e mentalidades diferentes. Ao revisitar seu portfolio e currículo, oriente a informação e os cases para que caiam como uma luva na necessidade proposta na vaga.

3. Conheça a empresa em questão e entenda sua cultura

A maturidade em design das empresas está aumentando gradativamente, o que é um excelente indicador, mostrando a relevância do nosso setor e seu impacto nos negócios. Mesmo assim, a cultura das empresas é muito diferente, em face ao seu momento de maturidade em design. Tenha a certeza de que a empresa que busca atende suas expectativas como profissional, evitando frustrações e a perda de tempo e dinheiro de ambas as partes.

Erros a serem evitados

Para eliminar os erros desclassificatórios, considere essas 4 questões:

Ser generalista

Chris Do (TheFutur no Youtube) defende o pensamento de que apresentar-se versátil só diminui seu valor. A leitura automática do recrutador é que se você faz muitas coisas, não é excelente em nada. “Quer qualidade? Chame um especialista.” De todas as suas aptidões, escolha a que você é melhor, que tem orgulho e ama fazer. Aprofunde-se nela. Liste suas demais competências — por mais que sejam muitas — e coloque-as em segundo plano, como extras, podendo ou não ser interessantes. Elas podem agregar, mas não definir.

Pedir dinheiro demais

Informe-se sobre as faixas salariais praticadas pelo mercado, que podem ter variações muito grandes devido a indicadores como tamanho da empresa, urgência do projeto, localização física, entre outros. Dessa forma, você não só deixa de errar pra mais, como também de errar pra menos. Lembre-se dos sinais: Pedir mais dinheiro do que você vale é um erro muito grave. Isso não te valorizará.

Ser sub-qualificado no papel e super-qualificado na realidade

Se você já ocupou grandes cargos em corporações, evite a todo custo ter uma presença digital ruim ou inexistente. Rótulos de altos cargos não são motivo de não ter portfolio e de não estar presente — é exatamente o contrário. Quanto mais significativo foi seu trabalho no passado, mais você deve estar munido de recursos que comprovem essa experiência.

Ter um currículo inadequado

Nunca é demais comentar sobre os equívocos que mais enlouquecem os recrutadores. Listo:

Não revisar o conteúdo — Erros grosseiros de gramática e digitação destróem a ideia de impressionar.

Exportar do LinkedIn — Se você realmente acha pertinente fazer isso, reavalie. Um currículo deve passar a ideia de detalhamento, cuidado, atenção, respeito e, em especial, interesse. Auto-gerar um currículo é o oposto disso.

Design inadequado — Por incrível que pareça, currículos de designers tendem a ser muito mal elaborados e diagramados. Invista tempo e capricho.

Seja claro no objetivo — Dê mais relevância à competência que você tem experiência e quer atuar.

Informações desnecessárias — Não cite graduações incompletas, gostos pessoais e demais fatores que não agreguem ao objetivo do currículo. Se atente ao profissional.

Por fim, evite ser avaliado injustamente e perder oportunidades.

Boa sorte! ;)

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