Concluí o Bootcamp de UX/UI Design! E agora?

Como diminuir o gap entre você e a oportunidade que busca

Deeploy.Me
6 min readOct 6, 2020
Photo by Bruno Figueiredo on Unsplash

Introdução

Com o crescimento acelerado do Product Design em todo o mundo, existem hoje muitos cursos para a formação de UX/UI Designers. E isso é algo maravilhoso — Como a tendência é que cada vez mais empresas busquem esse tipo de profissional, essa é a forma mais correta e consistente de suprir essa demanda, abastecendo o mercado para que continue crescendo com solidez. Mas na prática, sabemos que um Bootcamp não é garantia de empregabilidade, pois isso depende diretamente de você. Conseguir uma oportunidade não deve ser responsabilidade da escola, mas sua. No artigo de hoje veremos pontos primordiais para ampliar sua visão e reduzir ao máximo o gap entre você e uma oportunidade.

“Mind the Gap”

Yay! Você concluiu o Bootcamp com sucesso. Além de maravilhar-se com esse novo universo, você aprendeu muito, conheceu gente nova, leu bastante, descobriu pessoas inspiradoras e exercitou seus aprendizados. Está pronto para atuar em uma empresa! Calma, não vamos dar um balde de água fria, só vamos te lembrar do gap entre você e uma oportunidade. Sim, você está pronto — mas apenas tecnicamente. Agora chegou o momento de você pensar no seu lado humano e fazê-lo trabalhar a seu favor para potencializar suas chances de colocação profissional, antes de embarcar nesse vagão. O que queremos aqui é que você reflita no tamanho da lição de casa que tem pela frente. Então pra sermos práticos, veja a seguir 7 passos para você começar. Anote todos, marque como “feito” conforme forem cumpridos e comemore no final porque essa experiência é digna de ser memorável.

From Giphy

1. Esteja seguro do básico

Entendemos esses dois pontos como básicos: A capacitação técnica (saber fazer) e a habilidade de lidar com pessoas. Esse conjunto, mais conhecido como Hard e Soft Skills, são pilares eternamente presentes na carreira de um UX/UI Designer e vão ditar a velocidade do seu crescimento. Cada um desses pontos tem um segredo, a saber:

Saber fazer — É o pacote de conhecimentos que você acabou e adquirir. apesar de terem um conteúdo similar, Bootcamps podem ser bem diferentes um do outro em duração (tempo de curso), formato (ao vivo ou em vídeos) e em quantidade (número de atividades). Com isso, o importante é que você esteja seguro de que concluiu o curso com um enorme aprendizado, tendo se dedicado ao máximo, e não apenas que tenha marcado presença de forma desinteressada. Importante lembrar que certificados não tem um efeito mágico de abertura automática de portas.

Lidar com pessoas — Além de ser mandatório que você se esforce pra interagir bem com os colegas e com a liderança, entenda que você fará parte de um processo, ou seja, haverão entregáveis de outras pessoas antes de você começar a trabalhar e também depois que concluir sua parte. Com isso em mente, entenda a importância de estar 100% alinhado com essas pessoas: O que chegou a você precisa te possibilitar a trabalhar, e o que vier de você, da mesma forma, precisa possibilitar o próximo a trabalhar. Essa simples força de sinergia potencializa enormemente a integridade do projeto e reduz drasticamente o retrabalho desnecessário.

2. Mergulhe fundo no universo digital

Por mais que nossa área seja nova, projetos realmente incríveis foram produzidos nesses últimos 20 anos. Você precisa ter noção (ou perdê-la…) do tamanho do mundo, da quantidade de projetos digitais que já foram feitos, das pessoas que os fizeram com as tecnologias de suas épocas, e entender que para quase tudo já há uma referência. Sites como o Awwwards e The FWA são exemplos que vão explodir sua mente, além de um mergulho nas lojas de aplicativos AppStore e Google Play Store. Além disso, procure também saber sobre as tecnologias do futuro, como A.I. (Inteligência Artificial), A.R. (Realidade Aumentada) e iOT (Internet das Coisas).

3. Liste e conecte suas competências adquiridas

Há quem diga que se pegássemos uma folha de papel e começássemos a escrever tudo o que sabemos fazer, ficaríamos surpresos. Você só terá noção se pegar esses pensamentos e convertê-los em palavras escritas. Independente de sua procedência e experiência anterior, você já aprendeu muito em sua vida até aqui. Com essa lista em mãos, crie conexões dessas suas competências adquiridas às necessidades e aptidões de um UX/UI Designer. Por exemplo: se você vem de Marketing, suas habilidades visuais e de relacionamento com marcas podem agregar a UI e UX Writing. Se você vem da engenharia, suas habilidades com números e da funcionalidade das coisas pode agregar à pesquisa e à sua visão do desenvolvimento final.

4. Escolha um nicho que se identifique

Depois de fazer sua lista e identificar os pontos de conexão com UX/UI Design, é hora de você buscar projetos e empresas que tenham produtos digitais mais relacionados com o seu perfil. Sim, entendo que você pode buscar oportunidades em áreas que nunca atuou, mas pense: Se você já tem habilidades além do design em determinada área, trate esse fator como potencialmente o grande diferencial para que você seja o escolhido. Cada vez mais, empresas buscam profissionais menos generalistas e mais especialistas, ou seja, um pacote de experiência específica já é um gancho para você encontrar seu lugar. A presença de um UX Designer com bagagem em biologia, por exemplo, pode ser fundamental ao app de uma empresa desse setor. Se você conseguir essa façanha, festeje! Você vai ingressar a um time onde sua presença é fundamental devido aos conhecimentos que outras pessoas não tem, além de poder aplicá-los no que quer trabalhar.

5. Busque um mentor

Conforme falamos no artigo A importância da mentoria em UX/UI Design, mentor é aquele que usa sua experiência e sabedoria para andar ao lado de outra pessoa, auxiliando em seu crescimento e desenvolvimento para que atinja seus objetivos. Ter a seu lado essa pessoa é muito importante para que você possa produzir mais, errar menos e lidar melhor com as pessoas. Tenha sabedoria na escolha dessa pessoa, na medida do possível: Esse profissional precisa ter uma experiência comprovada, credibilidade perante outras pessoas e autoridade para falar sobre os assuntos em questão, evitando que você seja iludido, que perca seu tempo ou que seja conduzido a seguir caminhos equivocados.

6. Promova-se corretamente

Um dos pontos mais subvalorizados entre UX/UI Designers é o seu próprio Branding. Estão tão ocupados e concentrados em pensar nos problemas de outras pessoas, que acabam por criar o hábito de constantemente adiar a criação de sua própria imagem profissional. Estamos falando aqui não apenas de seu portfolio (o que você sabe fazer), mas também da forma como você se apresenta (quem você é profissionalmente). Como empresas contratam pessoas e não robôs, depois de avaliar o portfolio, o próximo passo dos recrutadores é entender seu perfil humano e tentar encontrar um fit com a vaga em questão. Construa uma espécie de marca pessoal, um posicionamento, tendo ciência de que esse é um trabalho que você faz sozinho. Você precisa saber se promover. Em vias simples, esclareça de forma objetiva quem você é, o que faz, o que te difere dos demais e porque você é uma “aquisição” que agrega à empresa.

7. Trabalhe de graça(?)

Sim. Mas calma: você sabe o que é trabalhar de graça? Considere os dois lados dessa moeda. Um dos lados, conforme falamos no artigo “Ainda” sou um UX/UI Designer Júnior, é oferecer seus serviços de profissional recém-formado a empresas com baixa maturidade em Design, prestando-lhes uma análise inicial sem custo sobre seu produto, o que pode render uma oportunidade. O outro lado é a clássica situação daqueles que vêm de outras vertentes do design: um designer tradicional faz muitas coisas de graça, só por ser o “desenheiro” da família e dos amigos. Você não sabe, mas essas pessoas já contam com seus dotes maravilhosos, sem querer lhe pagar um centavo por eles. Logo, A diferença de mindset consiste em onde está a iniciativa. Explico:

Se uma pessoa te contacta pedindo que faça um projeto de graça, a resposta é definitivamente sempre não. O fato desse solicitante não querer pagar já esclarece que ele não te valoriza, e ainda vai fazer com que você trabalhe nos termos dele. É pedir pra sofrer.

Mas se você, por iniciativa própria, contacta alguém oferecendo seus serviços sem custo como forma de aprendizado, estamos falando de algo completamente diferente. Partindo de você, a pessoa provavelmente irá se sentir lisonjeada por ter sido escolhida para seu laboratório, e estará ciente de que o projeto será nos seus termos. Por esse caminho, você pode criar seus primeiros cases reais e aprender muito com eles, por mais simples que sejam, sem ser massacrado por pessoas que não compreendem o valor do seu trabalho.

Conclusão

Bootcamps são um grande passo para sua carreira de UX/UI Designer. Absorva o máximo, e sem perder tempo, coloque as mãos na massa assim que o curso terminar. Cada ação tomada contribuirá para seu crescimento e atratividade a empresas contratantes.

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