Contratantes X Contratados: Alinhando expectativas

Como reduzir a fricção entre UX/UI Designers e empresas

Deeploy.Me
7 min readFeb 5, 2021
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Introdução

Todos nós já passamos pela situação de estar em busca de trabalho. Da mesma forma, toda empresa já esteve na situação de precisar contratar. Se colocarmos o tema trabalho de lado por um instante, percebemos que trata-se basicamente de duas partes tentando encontrar-se de alguma forma, para que ambas necessidades sejam preenchidas. Obviamente cada parte tem suas expectativas; e conforme seu real interesse na outra parte, fará o máximo para expôr seus melhores pontos para esse encontro, com o objetivo de criar uma conexão que resulte numa relação boa, transparente, duradoura e frutífera para ambos. No artigo de hoje veremos um pouco das expectativas de empresas e UX/UI Designers, e o que está a seu alcance para gerar essa conexão.

Afinal, o que cada parte quer?

O cenário de contratação em geral é desafiador. Desde sempre, empresas tem dificuldades para encontrar os melhores talentos, e profissionais tem dificuldade para serem colocados. Como cada parte está de um lado, essa conexão tende a ser tardia, cara, estressante e com grande margem de erro. Por esse motivo, existem empresas como a Deeploy.Me, que tem por objetivo encurtar essa distância entre as partes e minimizar ao máximo o tempo, custos agregados, risco e stress.

Em nossa experiência como especialistas no mercado de UX/UI Design, identificamos questões que são únicas desse setor, além dos básicos de um processo seletivo comum. Essa experiência nos possibilita, com base em profundos estudos e análises, a identificar os principais pontos de dor de ambas as partes, como você está acostumado a fazer em sua rotina de UX/UI Designer. Mas antes disso, se formos pensar friamente no que cada parte quer, de forma muito resumida, temos:

Empresas: Encontrar apenas bons candidatos, avaliar poucas opções, contratar rápido, reter o profissional e ver os frutos dessa aquisição.

Profissional: Ser convidado por empresas bacanas, fazer um bom trabalho, crescer na carreira e ser recompensado financeiramente.

Mas sabemos que, na realidade, atingir tais desejos não é tão simples quanto parece. É um desafio para ambos.

Principais dores das empresas

Seu objetivo com produtos digitais é sempre gerar resultados em seus negócios. Para isso, estão dispostas em investir em UX, melhorando a relação com seus clientes e potencializando o crescimento e consolidação de seus produtos. Mas o que a maioria dos colaboradores não têm ideia, ou ao menos não levam em consideração, é a enorme e pesada camada de suor e lágrimas derramadas pela existência do negócio. Conforme mencionamos no artigo Entrei. Saí. Onde errei?, antes mesmo da empresa existir, alguém arriscou tudo, teve coragem, ousadia, resiliência e determinação para não apenas abrir um negócio, mas para mantê-lo vivo e operante pelo máximo de tempo possível. Parte fundamental da construção desse organismo vivo são as pessoas que fazem parte dele, e aqui cito Steve Jobs:

“Não faz sentido contratar pessoas inteligentes pra sempre lhes dizer o que fazer. Contratamos essas pessoas para que nos digam o que fazer.”

Logo, a liderança de toda empresa precisa que seus colaboradores a ajudem nessa grande jornada, cada um no que lhe cabe. Mas para isso acontecer, o primeiro passo é contratar.

Listo abaixo algumas das principais dores das empresas para isso:

Receber candidatos demais

É comum que, ao abrir uma vaga, o avaliador receba enxurradas de currículos e portfolios. Mesmo que ele fique feliz em ver que um grande número de pessoas têm interesse em colaborar em sua empresa, ele não tem tanto tempo disponível para avaliar, e é fato que esse processo vai se tornar extremamente cansativo, estressante e frustrante.

Falta de qualificação pra vaga

Uma vez tendo recebido muitos aplicantes interessados, começa o segundo problema: Profissionais que não têm perfil pra vaga, candidatam-se mesmo assim, apesar de o descritivo ter sido claro em suas exigências: Como exemplo, alguns designers de outras vertentes (como Design Gráfico, Direção de Arte, etc.) candidatam-se para vagas de UX Designer, outros não têm a experiência desejada, ou não dominam a língua exigida, entre outros.

Despreparo para o processo seletivo

Infelizmente, a maioria esmagadora de candidatos não estão preparados para serem avaliados, mesmo que muitas vezes tenham o perfil da vaga. Apresentam portfolios desatualizados e desconexos com o LinkedIn, não conseguem demonstrar a experiência que possuem, não se dão bem nas entrevistas, são muito exigentes em salário e benefícios, e mais.

Maturidade questionável

É muito comum que UX/UI Designers cometam equívocos sobre sua maturidade na área. Vemos frequentemente profissionais se entitulando sêniores tendo menos de 2 anos de atuação, outros alegando serem especialistas em uma disciplina mas sem comprovação da eficácia de sua especialidade, ou ainda, dizendo que atuam há muitos anos mas com projetos no portfolio que não demonstram a qualidade e a consistência de alguém tão experiente.

Errar na contratação, perdendo tempo e dinheiro

Conforme falamos no artigo Senso de urgência é necessário?, um profissional não é um item de varejo para que seja devolvido à loja depois de uma reclamação ao SAC. Há uma grande camada de fé, um voto de confiança por parte da empresa, que foi criada com base no processo seletivo, na qual ela dá crédito ao profissional e espera não ser decepcionada pois tal fato lhe custaria muito tempo e dinheiro.

Não conseguir reter um talento

Toda empresa, depois da contratação, tem o enorme desafio de reter um bom profissional. Para isso, elas investem pesado em sua cultura interna, provendo ao colaborador um cenário acolhedor, apaixonante e inspirador, para que este sinta-se parte de uma família. Com isso, mediante seu esforço e talento, é correspondido com reconhecimento, crescimento e retorno financeiro.

Principais dores de UX/UI Designers

Como as empresas, profissionais também têm seus objetivos próprios. Estão assistindo o setor crescer avassaladoramente, com salários cada vez mais atraentes; A chance executarem tarefas que adoram, a possibilidade de serem parte de empresas inovadoras e disruptivas, de ganharem notoriedade e de colaborarem significativamente na vida e cotidiano das pessoas que consomem os produtos que fazem. Mas para chegarem lá, é necessário romper a barreira de um processo seletivo.

Listo abaixo suas principais dores:

Descritivos de vaga sem sentido

Como nem toda empresa possui um DesignTeam consolidado, com uma liderança específica em UX, vemos muitos descritivos de vaga que apresentam exigências completamente inadequadas. Isso acontece por alguns motivos: A empresa não possui maturidade em design, o responsável pela abertura da vaga não é qualificado tecnicamente para avaliar, a empresa precisa de um faz-tudo por ser pequena, entre outros.

Processos seletivos longos e cansativos

Por mais que processos sejam criados para a seleção ser mais assertiva e justa, alguns deles são muito longos e exigentes pois são compostos por diversas etapas, que avaliam pontos diferentes: Habilidades de comunicação, competências técnicas, psicológicas e comportamentais, chegando inclusive a avaliar as mídias sociais e sua situação jurídica do candidato.

Falta de oportunidades pra iniciantes

Infelizmente a maior parte das vagas que se abrem são para UX/UI Designers Plenos e Sêniores, ou minimamente, exigem alguma experiência do candidato. Esse fator frustra diversos profissionais recém-formados e/ou em transição de carreira. Com isso, é comum que empresas com times maiores tendam mais a abrir espaço para iniciantes, para que possam ser bem treinados e acompanhados por outros mais experientes.

Não receber feedback

Consideramos esse o maior ponto de dor de candidatos. Como processos seletivos avaliam muitas pessoas, nem sempre os recrutadores conseguem dar uma resposta rápida, ou mesmo uma resposta em si, a todos os candidatos que foram desclassificados. Mesmo assim, como recrutadores, discordamos de tal atitude e fazemos o máximo para que todos os candidatos recebam feedback, e também que sejam orientados sobre o que os desclassificou para que obtenham melhores resultados em próximas oportunidades.

Ser contratado para uma coisa, e fazer outra

Vemos diversos relatos de profissionais que foram selecionados para exercer uma lista de tarefas, e acabam por serem cobrados por outras; ou que foram contratados para produzir e acabam tendo de liderar, e vice-versa. Esse impacto de promessa não-cumprida e a sensação de estar sendo “explorado” sem recompensa gera a desmotivação, que unida ao aquecimento do setor, leva ao êxodo de muitos profissionais no médio prazo.

Trocar de emprego e não gostar do novo

Com o frequente assédio do mercado a profissionais mais qualificados que ocupam bons cargos, mediante propostas tentadoras, UX/UI Designers tendem a ficar inseguros com essa transição, tomando o máximo cuidado com promessas, benefícios exorbitantes, liberdade demais para trabalhar, entre outros. O que os assombra é o medo de trocar de emprego e não se adaptar ao novo, não poder voltar ao antigo e com isso perder tempo precioso de sua carreira e produtividade.

Conclusão: Como encontrar o equilíbrio?

Encontrar o equilíbrio entre essas duas partes é o que adoramos fazer. É esse o nosso trabalho: Garantir que empresas consigam contratar bem, rápido e gastando pouco; E que UX/UI Designers possam colocar-se em oportunidades alinhadas ao seu perfil. Para que esse processo aconteça, veja abaixo nossas orientações básicas:

Empresas

Independente de sua maturidade em Design, conforme falamos no artigo Contratação faz parte da estratégia de UX, não deixe para pensar nisso aos 45 do segundo tempo. Para lançar um produto ou melhorar um já existente é necessário construir um time com as pessoas certas para atingir tais objetivos, tomando decisões seguras e pensadas. Traga sua necessidade para irmos a fundo no que realmente precisa: Auxiliamos na construção do descritivo da vaga, buscamos, selecionamos, recrutamos e cuidamos do processo de contratação (conforme o perfil de cada empresa) para que seu DesignTeam nasça, cresça e consolide-se como peça fundamental na saúde da empresa.

UX/UI Designers

Esteja preparado para ser avaliado em seu máximo potencial. Antes mesmo de pensar em seu portfolio e postura profissional, faça uma auto-análise de que tipo de UX/UI Designer você é: O que busca, o que faz melhor, como sua experiência anterior agrega, de que forma pode fazer a diferença e onde pretende chegar. Com isso claro em mente, conforme falamos no artigo LinkedIn + Portfolio: Encontrando o ponto de equilíbrio, oriente sua apresentação profissional a esse objetivo para que recrutadores possam rapidamente encontrar o que buscam em você de forma convincente e consistente. Cadastrar-se na Deeploy.Me é um passo crucial que vai ajudar muito nesse processo.

Boa sorte! :)

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