Depois da entrevista: Como pedir feedback?

O que UX/UI Designers podem fazer para que avaliadores mantenham contato

Deeploy.Me
5 min readJan 15, 2021
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Introdução

Que você já passou por diversos processos seletivos em toda a sua carreira profissional, disso temos certeza. Também temos certeza de que na maioria desses processos você sequer foi notificado de que não foi aprovado, e menos ainda teve um real feedback do motivo da reprovação. Fica a dúvida: “Foi algo que eu fiz ou deixei de fazer?” No artigo de hoje vamos abordar como você pode reivindicar uma resposta das empresas de forma profissional, e ainda, o quê fazer para evitar que elas não dêem o tão esperado retorno.

Mas antes: A entrevista.

Para que possamos entender o comportamento das empresas em não dar feedback em processos seletivos, primeiro precisamos parar para analisar o cenário todo — lembrando que não concordamos com tal atitude, mesmo que erros tenham sido cometidos pelo candidato. Dar feedback deve ser parte do processo, a todos os candidatos igualmente.

Entende-se que, se você foi chamado a uma entrevista, já houve uma primeira análise de seu perfil e portfolio. Essa triagem prévia já “elimina” a maior parte dos candidatos que de imediato não têm perfil para a vaga, mas que mesmo sabendo disso, candidatam-se na estratégia do “vai que cola”, como mencionamos no artigo Seu Perfil X Vaga: Há mesmo um match?. Esse é, sem dúvida, o ponto mais agressivo a um recrutador, fazendo com que ele perca tempo e rapidamente te marque com uma red flag — o que pode inclusive comprometer suas futuras candidaturas a outras vagas nessa empresa.

Nesse momento, a sua postura precisa ser profissional. Não se trata de seu nível de maturidade, experiência e habilidades, mas sim da forma como você leva essa conversa. Já de antemão, existem dois fatores que recrutadores esperam na entrevista:

Mostre-se genuinamente interessado na vaga

Essa impressão pode ser passada de diversas formas. Listo abaixo algumas perguntas pertinentes a serem feitas, para o caso de essa informação já não ter sido passada previamente ou trazida à tona por parte do avaliador:

Que estágio está o projeto?

Como é dividido o time?

Terei acesso a pessoas de outros departamentos?

Qual a maturidade de Design?

Qual é a cultura da empresa?

Tenha conhecimento da empresa

Esse fator mostra diretamente sua motivação pela oportunidade, pois esclarece que você se identifica com a empresa e seus produtos: Caso contrário, você idealmente não teria se candidatado à vaga. Como toda empresa tem o desafio de fazer com que seus colaboradores sejam seus primeiros evangelistas e entusiastas, já vir com essa etapa vencida pode fazer muita diferença. Já houveram casos em que os candidatos, na entrevista, sabiam mais sobre a empresa do que os avaliadores. Listo abaixo alguns exemplos de informações para você trazer:

O tamanho da empresa;

Seus principais produtos;

A opinião pública sobre ela;

Sua posição no mercado.

Aaaaah, o feedback. Porque não vem?

Estar do outro lado da mesa e conduzir um processo seletivo não é tarefa fácil. É como paternidade: Somente entendemos completamente as ações de nossos pais quando nos tornamos pais. O entrevistador tem à sua frente um trabalho árduo e uma grande responsabilidade, que é buscar e encontrar a pessoa certa sem altos custos, com rapidez e mínimo risco (pois mesmo depois da decisão ter sido tomada, é possível que tenha sido equivocada pois pouco se sabia do comportamento do contratado, somente de suas promessas). Ele está na situação de dar apenas 1 resposta positiva, e todas as outras negativas — Logo, ele está ciente de que investirá muito mais tempo com respostas negativas (e suas justificativas individuais) do que com a única positiva. Por esse motivo, principalmente, é que infelizmente muitos candidatos não recebem feedback. Então, como fazer para ser digno da atenção dessa pessoa? Veja abaixo dicas para você obter suas respostas:

Ainda na entrevista

O primeiro passo para que você seja contactado no pós-entrevista em caso de não aprovação é simplesmente, ainda durante a entrevista, perguntar sem medo e com educação quando a empresa pretende tomar uma decisão sobre a vaga. Fazê-lo em nada ofende ao avaliador, e mostra que você está levando a sério o processo seletivo e que valoriza seu passe. Logo, o avaliador se sentirá mais inclinado a dar-lhe um feedback, pois abriu a organização de sua agenda ao lhe dar um prazo.

Logo após a entrevista

Assim que a entrevista terminar, você pode reforçar seu interesse na vaga. Para isso, basta que no mesmo dia ou na manhã seguinte você envie um e-mail de agradecimento pelo tempo investido em você (afinal, uma ou mais pessoas pararam suas atividades para te dar atenção), pelo interesse em seu perfil, pela oportunidade da entrevista e se colocando à disposição para eventuais fatores que não tenham sido levantados. Isso ajudará o recrutador, em meio a diversos outros candidatos, a se lembrar de você em sua tomada de decisão. Não faça perguntas diretas — Esse contato é uma conclusão, e não o início de outra conversa.

Dias depois da entrevista

Se em 1 semana em média você não for contactado com uma decisão (seja ela positiva, negativa ou informativa para uma próxima fase do processo seletivo), pode ser um momento oportuno de fazer follow-up. É justo dar tempo ao avaliador, pois é certo que houveram outras pessoas entrevistadas depois de você — e é possível que esse processo se estenda ainda por mais tempo. Não use mensagens diretas e redes sociais para isso: E-mail é a forma mais adequada e menos ofensiva para essa tentativa de reaproximação.

Saiba a hora de aceitar o não

Durante esse período de espera, é perfeitamente aceitável que você continue em seu processo de busca por vagas em outras empresas pois ainda não houve nenhum comprometimento de sua parte. Jamais desista de uma vaga por outra, já tendo sido aprovado. Se em 2 semanas não houver nenhum retorno, chegou o momento de aceitar a negativa e concentrar-se em outras oportunidades.

Descubra o “porquê não?”

Como é dito, saber perder e aprender com a derrota é um ingrediente presente na mente de todo vencedor. De nada adianta irritar-se, achar o processo injusto ou desqualificar os avaliadores mediante uma resposta negativa. Em vez disso, buscar saber o motivo da negativa é a informação mais importante que você pode tirar de todo esse cenário: A identificação de um erro é o primeiro passo rumo ao caminho certo, pois sem essa informação, você irá inconscientemente continuar cometendo o mesmo erro repetidas vezes a cada nova oportunidade. Peça sinceridade do avaliador, pois quanto mais branda for a resposta, menor o impacto positivo que pode ser gerado em suas futuras ações.

É relevante também colocar que a causa da negativa pode não estar em você: A vaga pode ter sido cancelada, ou outro candidato simplesmente venceu pois tinha mais qualificação ou fit — o que não significa que houve erro algum de sua parte.

Para esse caso, manter a porta aberta é sempre o melhor desfecho.

Já houveram inúmeros casos em que UX/UI Designers foram reprovados em processos por motivos como esses, mas mediante sua postura de compreensão, paciência e interesse, não foram esquecidos e pouco depois foram chamados pela mesma empresa a novas vagas.

Conclusão

Para obter as respostas que procura, esteja atento às suas atitudes, prezando pelo máximo profissionalismo. Avaliadores darão espaço e investirão tempo apenas a candidatos com tal postura, que mostraram estarem devidamente preparados antes da entrevista e interessados na vaga. Mesmo que a resposta demore ou não venha, saiba o momento de seguir em frente, deixando sempre a porta aberta.

Boa sorte!

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