Será que consigo trabalhar no exterior?

Deeploy.Me
6 min readMay 18, 2021

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Como UX/UI Designers podem planejar sua carreira fora do país

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Introdução

Para alguns profissionais, trabalhar no exterior parece ser uma meta inalcançável. Mas essa possibilidade pode ser mais real do que você imagina, se houver uma preparação planejada. Antes de mais nada, o que empresas do exterior buscam em UX/UI Designers? Quais são os pré-requisitos necessários para pleitear uma vaga? E talvez o mais importante: O quanto você realmente quer essa mudança e está disposto a fazer para atingir esse objetivo? No artigo de hoje, acompanhe um overview das possibilidades e o que fazer para se preparar para uma decisão dessa magnitude.

Quero (mesmo?) ir

Pelo fato de sermos recrutadores especializados em UX/UI Designers cujo time está em parte na Europa, recebemos com muita frequência a intenção de pessoas em busca de vagas no exterior. O que sempre questionamos é a principal motivação para saírem do país. Independente da condição de vida e trabalho no Brasil estar favorável ou desfavorável, esse não pode (e não deve) ser o principal indicador para a sua decisão — Conclusões como “não aguento mais esse país”, “quero ganhar em euros”, “quero trabalhar menos” são muito rasas perto do tamanho de sua adaptação em outra cultura.

Por isso, o motivo que deve te dirigir a essa possibilidade deve ser, prioritariamente, o crescimento que um cenário diferente pode trazer, não necessariamente melhor ou pior. Obviamente, é justo que nesse processo seja normal almejar um estilo de vida melhor; Mas o crescimento inestimável que uma experiência internacional pode trazer a você como pessoa (em aspectos como conhecer outra cultura, outros pontos de vista e outras formas de se fazer a mesma coisa), é de fato um enorme benefício.

Agora colocando os devaneios de lado e voltando os pés ao chão, deixar a terra natal e imigrar não é fácil. Deixa-se para trás um estilo de vida, família, amigos e toda uma rotina social que você vai sentir muita falta em seu novo destino. Algumas pessoas, mesmo que estejam bem colocadas profissionalmente e socialmente estáveis, acabam retornando à sua terra natal por motivos diversos: Não suportaram a ausência desses pontos, não se adaptaram ao clima, não se encaixaram na cultura local, não aceitaram as perdas sociais pelo fato de serem estrangeiros, entre outros. Por isso, considere que essa decisão não é para todos e que você precisa estar ciente de sua magnitude, analisando friamente cada ponto. Dentro do possível, visite e permaneça por algum tempo no país que almeja viver antes de se mudar definitivamente.

O mercado em Portugal

Para muitos, Portugal é a porta de entrada para viver na Europa. Há sim muitos pontos positivos e vantagens, como por exemplo poder atravessar todo o país pagando menos de 10 euros, voar para outros países da união européia por menos de 50 euros (desconsidetando a pandemia, europeus em geral viajam muito), ter mais segurança e conseguir levar uma vida menos corrida do que nos grandes centros urbanos. Mas Portugal não é Shangri-La. Explico:

Idioma

Diferente de outros países, o impacto cultural é bem menor e fala-se a mesma língua — Mas ei, já temos aqui uma red flag. São dois pontos principais:

1. O Português europeu é bem diferente do Português brasileiro. Vivendo aqui há alguns anos, podemos dizer que as diferenças são muitas, apesar de sempre conseguirmos nos fazer entendidos. Como a maioria das pessoas tem dificuldade exatamente nisso, o impacto não é tão grande porque portugueses nos entendem bem. A dificuldade está mesmo em entendê-los, porque além de usarem palavras diferentes, usam tempos verbais que conhecemos mas não estamos acostumados.

2. Não pense que empresas aqui só falam Português. Leve em conta que aqui vivem muitas pessoas de outros países, e somente por esse motivo, empresas portuguesas (como a Farfetch, AlticeLabs e ActivoBank) e empresas estrangeiras com sede aqui (como a Volkswagen Digital Solutions, Critical TechWorks e Deloitte) têm o inglês como idioma prioritário. Também por isso, formadores como a Ironhack têm seus bootcamps ministrados totalmente nessa língua.

Maturidade das empresas

O mercado Português não é tão aquecido como o brasileiro, por diversos motivos. No geral, Portugal é um país bem menor e as empresas tendem a ter uma maturidade em Design também menor. Mas há um ponto importante: Os líderes de UX vem de mercados onde a maturidade é alta, e são esses líderes que empurram o setor adiante, criando uma régua alta na qualidade dos profissionais.

Vagas e exigências

Mesmo que ainda haja mais resistência nas empresas em investir pesado em UX, as que investem são muito exigentes na montagem de seus times. Logo, os processos seletivos tendem a ser mais longos e pesados, pois para escolher um profissional adequado, prezam com mais veemência por qualidade no design, postura profissional, proposta de valor clara e capacidade de comunicação em outros idiomas. Em vias práticas, como não é um mercado quente, têm poucas vagas e muita exigência.

Bora, vou nessa! Qual o melhor caminho?

A melhor forma de iniciar uma carreira profissional em outro país, sem nenhuma dúvida, é sendo contratado oficialmente por uma empresa. Nesse caso, os contratantes já estão interessados na aquisição de um estrangeiro, e por isso, dispostos a arcar com os custos e lidar com os riscos de todo esse processo.

Como as vagas abertas nessa condição são poucas, você realmente precisa considerar a real necessidade de uma preparação à altura.

Listo abaixo os principais pontos a serem considerados:

Tenha certeza de sua decisão

Conforme falado anteriormente, analise friamente cada ponto de sua decisão de imigrar. Como primeiro passo, é aconselhado que você comunique a família sobre sua intenção pois certamente esse será o maior ponto de dor. Algumas pessoas podem não conseguir estar longe dos idosos, outras o cônjuge pode não querer ir, outras têm filhos e devem pensar também no impacto da mudança para eles. Logo, não tome nenhuma decisão profissional antes de estar seguro de suas reais possibilidades.

Eleve seu nível no inglês

Mesmo que seu destino seja Portugal, falar inglês no trabalho é uma exigência. Tudo será nessa língua: O projeto, as conversas, apresentações e prestação de contas. Inclusive, o seu processo seletivo será completamente em inglês, e tenha certeza de que esse é um dos principais fatores de sua avaliação.

Prepare um bom Portfolio

A alta qualidade de seu portfolio é obrigatória. Não se trata da quantidade de projetos, nem de sua variedade de perfis e de indústrias, mas sim da forma como você conta a história do projeto. O contratante precisa conseguir entender como você pensa e toma decisões de design, muito mais do que apenas aplicar metodologias e entregar um bom design visual. Leia nosso artigo Seu portfolio é você. Você é seu portfolio para mais detalhes.

Apresente-se bem

Saber falar sobre você mesmo é muito importante. Evidencie seus pontos mais fortes, construa uma imagem atrativa, destaque seus diferenciais e, principalmente, oriente seu discurso à empresa que está pleiteando a vaga. Essa apresentação é sua única chance de despertar o interesse do contratante para seguir à próxima etapa de avaliação. Leia nosso artigo Encontre seu próprio valor profissional para mais detalhes.

Esteja disposto e disponível

O processo seletivo não será fácil, nem rápido. Por isso, esteja mentalmente preparado para passar por muitas etapas, ser questionado em seus pontos de fraqueza, fazer suas defesas de forma consistente e passar a segurança de que você é a melhor opção de aquisição. É inadmissível que você seja aprovado em qualquer das etapas e desista pelo caminho, ou ainda, que desista depois de ter sido aprovado.

Conclusão

Mudar de país não é fácil, mas é um enorme salto para sua carreira profissional. Mesmo que você conclua que sua preparação é grande e longa para chegar lá, defina essa como uma meta. Atingi-la vai gerar uma evolução mental, profissional e pessoal que fará toda a diferença em sua vida.

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