Encontre seu próprio valor profissional

Como UX/UI Designers podem definir e evidenciar seus diferenciais únicos

Deeploy.Me
5 min readFeb 19, 2021
Photo by Fabrice Villard on Unsplash

Introdução

Em universidades e cursos profissionalizantes, é comum que professores digam: “todos que estão nessa sala serão profissionais lançados no mercado em pouco tempo. Logo, todos vocês serão concorrentes entre si em algum nível.” A lição desta frase se resume basicamente a uma coisa: se somos semelhantes nas habilidades técnicas, temos que pensar no que pode nos diferenciar uns dos outros nas habilidades humanas. No artigo de hoje vamos ver a importância de se ter competências além da técnica, e como você pode evidenciá-las para tornar-se único(a) a fim aumentar suas chances de contratação em processos seletivos.

O que te torna único(a)?

Seguindo o raciocínio dos professores de universidade: Todos buscamos instituições de ensino para expandirmos nossos conhecimentos e efetivamente aprendermos a fazer alguma coisa da qual já tenhamos alguma inclinação. Passamos alguns anos enfurnados em livros, longas aulas e experimentos, aprendendo ao máximo com a chance de errar sem gerar prejuízos para nós mesmos e para clientes. Ao final do curso, os alunos estão igualmente treinados para o mundo real, pois receberam o mesmo volume de aulas, das mesmas pessoas. Daqui em diante, outros fatores começam a fazer toda a diferença: Alguns alunos absorvem e retém mais conhecimento, outros nem tanto; alguns vão buscar emprego, outros vão empreender; alguns avançam como generalistas, outros imediatamente se aprofundam em uma determinada disciplina. Começa então, uma “disputa” entre profissionais com a mesma qualificação técnica mas com diferenciais humanos que muito dizem sobre seu perfil — e consequentemente fazem toda a diferença ao que as empresas estão buscando para seus times de Design.

O valor de sua cultura

Existe um fator de extrema relevância que deve ser levantado: Sua cultura. Onde você nasceu e como foi sua criação, a relação com sua família e amigos, do que gosta e do que não gosta, o quê e quem te inspira, seus hábitos e hobbies, experiências positivas e negativas, o que escolheu como profissão, onde e no quê já trabalhou, lugares que frequenta, livros e filmes que consome, e muito mais. A somatória de todos esses fatores constrói quem você é hoje, e esse conjunto todo tem influência direta na forma como você se comporta no trabalho. Suas relações interpessoais são geradas à partir dessa cultura, que juntamente com suas habilidades humanas (que chamamos de soft skills) adquiridas, formam um UX/UI Designer que pode ter um valor inestimável, se posicionado da forma correta: Afinal, empresas contratam pessoas e não robôs. Como você irá passar a maior parte do tempo útil de seu dia trabalhando, elas se preocupam em como você irá gerenciar sua cultura e soft skills em um ambiente com diversas outras pessoas, cada uma com seu respectivo perfil.

O que empresas querem “comprar”

Em linhas extremamente diretas: empresas compram seu tempo, conhecimento e experiência. Você é recompensado financeiramente por dedicar esses três fatores todos os meses, em favor de um negócio e seus produtos. Desses três fatores, note que um deles é o que você foi treinado; os demais são ativos que dependem muito mais do seu desempenho humano. A forma como você administra seu tempo (equilíbrio de produzir bem e rápido) e como faz uso de bagagem anterior (como você minimiza erros, conduz processos e lida com outras pessoas) são os fatores mais relevantes para que uma empresa escolha você. Como esses fatores sofrem influência direta de sua cultura, é então seu trabalho canalizar todo esse montante e criar um perfil profissional que evidencie e valorize seus pontos fortes.

Produtifique-se

Como somos muito diferentes uns dos outros, o que você precisa definir como importante para criar um produto de si mesmo(a)? Nesse cenário, entenda que você é o produto e empresas são o consumidor: Elas estão ávidas em adquirir algo que seja útil, que traga benefícios, que supra bem uma necessidade e que não traga problemas. Então o seu desafio é passar essa ideia claramente, criando uma versão sua que seja atraente, interessante e convincente de que você é a melhor opção de aquisição — e não apenas isso, mas que esclareça os pontos que fazem de você único(a), te diferenciando de outros UX/UI Designers. Conforme falamos no artigo Concluí o Bootcamp de UX/UI Design! E agora?, para isso, recomendamos 4 passos:

1. Liste suas competências adquiridas

Há quem diga que se pegássemos uma folha de papel e começássemos a escrever tudo o que sabemos fazer, ficaríamos surpresos. Você só terá noção se pegar esses pensamentos e convertê-los em palavras escritas. Independente de sua procedência e experiência anterior, você já aprendeu muito ao longo de sua vida até agora.

2. Conecte-as a UX/UI Design

Crie conexões dessas competências adquiridas às necessidades das empresas e aptidões de um UX/UI Designer. Alguns exemplos: se você vem de Marketing, suas habilidades visuais e de relacionamento com marcas podem agregar a UI e UX Writing. Se você vem da engenharia, suas habilidades com números e da funcionalidade das coisas pode agregar à pesquisa e à sua visão do produto final. Se você tem muita experiência internacional, o conhecimento de outras culturas pode ajudar a identificar pontos sensíveis de termos e simbologias que passariam despercebidos (para o caso de produtos multinacionais), entre outros. À partir dessas informações, elabore um texto curto e direto sobre quem você é, especificando cada ponto de conexão, para que essa introdução resuma sua carreira e mostre o porquê de você ser uma peça importante em um Design Team.

3. Prepare seu Portfolio e perfil no LinkedIn

É certo que a avaliadores e recrutadores sempre recorrem com essa dupla. Segundo nosso artigo LinkedIn + Portfolio: Encontrando o ponto de equilíbrio, a expectativa deles é encontrar no LinkedIn um detalhamento completo sobre sua qualificação e trajetória profissional, e no Portfolio, a demonstração de sua capacidade técnica e experiência. Esse equilíbrio precisa existir, e trabalhar a seu favor: “No LinkedIn você alega, no Portfolio você prova.”

4. Conte sobre sua cultura

Como recrutadores, vemos muito frequentemente UX/UI Designers seguindo o padrão mais simples de apresentação profissional em suas páginas de portfolio: Uma breve introdução, um grid de projetos e seus principais links no rodapé. Esse pack é funcional, pois entrega a informação que o usuário quer consumir de forma muito objetiva. Fato. Mas…

O que infelizmente não vemos com muita frequência é uma página de “sobre mim”, e menos ainda, uma que realmente desperte interesse.

Como a prioridade é entregar a informação principal, UX/UI Designers acabam por não valorizar ou deixar pra depois a construção dessa página de perfil. É aí que mora o problema: Essa página serve para você esclarecer a sua cultura, e nisso, demonstrar seu valor e se diferenciar da maioria. Logo, é uma tela em branco para você pintar com o seu universo! Garanta que ela seja convidativo, interessante, e principalmente, que convença que você é muito mais do que um par de mãos.

Listo abaixo alguns exemplos dessas páginas, de alguns profissionais que foram selecionados por nós ao #PortfolioDaSemana no nosso Instagram:

Agatha Sanabria

Leo Erlich

Flávio Santana

Bruno Borella

Para te ajudar nesse processo, crie um perfil em nossa plataforma. Trabalhamos bastante para que você, simplesmente por responder às perguntas feitas, chegue a um resultado plenamente satisfatório com as informações mais relevantes e na medida certa.

Conclusão

Para que seu valor profissional aumente e empresas tenham uma ideia mais aprofundada de você, invista tempo em construir essa informação de forma estratégica. Capriche no design e garanta que essa página seja uma representação de tudo o que você considera que tem valor em você mesmo. Boa sorte!

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